30 anos após, novo filme redefine mitologia e emociona com cenas marcantes, concentrando-se na conexão emocional entre os personagens.
Falar de O Corvo é, sem dúvida, evocar uma tragédia. Afinal, nos anos 1990, durante as filmagens da primeira adaptação dessa história baseada na HQ de James O’Barr, o protagonista Brandon Lee, filho do ator Bruce Lee, foi vítima de um acidente fatal e perdeu a vida no set de filmagem.
Essa triste ocorrência não impediu que O Corvo se tornasse um clássico do cinema, ganhando status de cult e influenciando diversas produções posteriores. O longa, apesar dos desafios enfrentados durante sua realização, conquistou uma legião de fãs e deixou uma marca indelével na história do cinema de fantasia e suspense.
O Corvo: Uma Tragédia Inevitavelmente Conectada à Nova Mitologia
Inevitavelmente, isso se tornou uma maldição ao redor do longa – só se falava disso, não mais sobre a história em si. Trinta anos depois, a trama volta aos cinemas com um novo filme, buscando afastar o passado, criar uma nova mitologia e se voltar à história da HQ. Acidente com Alec Baldwin lembra a morte de Brandon Lee; veja casos semelhantes.
Um Retorno à Mitologia de O Corvo
O Corvo, dirigido por Rupert Sanders (Branca de Neve e o Caçador), conta a história de um casal, Shelly (FKA twigs) e Eric (Bill Skarsgård), que é morto por um grupo que está atrás de um vídeo incriminador gravado por ela. E é aí que está a sacada da trama: Eric não morre, mas retorna para buscar vingança e, assim, fazer com que Shelly retorne à vida.
Conexão Emocional e Cenas Marcantes em O Corvo
Mesmo que pareça uma história como John Wick, ou até mesmo Deadpool, o longa não é exatamente sobre violência, morte e vingança. As melhores cenas se concentram nos momentos em que Eric saca sua espada e faz sua vingança acontecer. O Corvo é essencialmente um filme sobre amor – e é aqui que está o problema da produção.
Um Longa com Cenas se Concentrando na Conexão Emocional
Com cerca de 110 minutos de duração, o filme passa um bom tempo tentando construir o amor entre Shelly e Eric. É isso que cria toda a conexão entre o espectador e a violência prometida pelo personagem. Enquanto a conexão emocional entre um cachorro e John Wick é construída de maneira mais orgânica, um casal precisa ter um pouco mais de trabalho.
O Desafio de Dirigir o Romance em O Corvo
Sanders não é um cineasta que sabe dirigir romance, um gênero engenhosamente difícil e pouco reconhecido. Em momento algum, durante todo o filme, há a sensação de que Skarsgård e twigs estão perdidamente apaixonados. Parece um romance de verão, uma paixonite sem muita força.
Uma Produção com Cenas de Violência Bem Dirigidas
No final, em um clima emo depressivo, regado a violência, O Corvo traz cenas de violência bem dirigidas, ainda que um tanto quanto óbvias. A mistura de música clássica orquestral com pancadaria é um elemento marcante, porém já explorado em obras anteriores.
O Corvo: Uma Nova Mitologia e a Conexão Emocional Entre os Personagens
Se fosse apenas um filme de vingança, seria acima da média. Só.
Fonte: @ Estadão
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