Marcos Fava Neves destaca números do agro brasileiro, considerando o empate um grande resultado, com destaque para o Complexo sucroalcooleiro, soja, Cereais, farinhas, Produtos florestais e influência dos Preços internacionais.
As exportações brasileiras de produtos agropecuários registraram uma queda significativa em agosto de 2024, alcançando US$ 14,1 bilhões, uma redução de 9,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram exportados US$ 15,6 bilhões.
Essa diminuição nas exportações pode ser atribuída a uma combinação de fatores, incluindo a volatilidade do mercado internacional e a concorrência acirrada no comércio exterior. Além disso, as vendas externas de produtos agropecuários também foram afetadas pela mudança nos padrões de consumo global, o que pode ter impactado as compras internacionais de produtos brasileiros. A diversificação da base de exportação é fundamental para minimizar os efeitos dessas flutuações e garantir a competitividade do setor agropecuário brasileiro no mercado global.
Exportações: Setores que mais contribuíram para o valor exportado
O valor das exportações brasileiras de produtos agropecuários em agosto foi de US$ 9,3 bilhões, uma redução de 10,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa diminuição se deve à queda tanto no volume exportado quanto nos preços dos produtos, impactados pela redução das vendas de milho e pela diminuição dos preços internacionais. Os cinco setores que mais contribuíram para o valor exportado representam 78,6% do total.
O complexo soja foi o setor que mais contribuiu para o valor exportado, com US$ 4,5 bilhões em vendas. No entanto, houve uma queda de 19,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, devido à redução do volume embarcado e ao valor negociado, influenciados pela expectativa de uma safra grande nos Estados Unidos e no Brasil.
Exportações: Carnes e Complexo Sucroalcooleiro
As exportações de carnes atingiram US$ 2,2 bilhões, um crescimento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse aumento foi impulsionado pelo recorde nas exportações de carne bovina, com destaque para o aumento de volume exportado. No entanto, as vendas externas de carne de frango foram afetadas pelo foco de Newcastle em julho, que restringiu a produção do Rio Grande do Sul para alguns importadores.
O complexo sucroalcooleiro foi o terceiro setor que mais contribuiu para o valor exportado, com US$ 1,8 bilhão. Embora o volume exportado de açúcar tenha sido recorde, a oferta brasileira no mercado internacional pressionou o preço médio, levando a uma ligeira queda no valor total.
Exportações: Cereais, Farinhas e Produtos Florestais
Os cereais, farinhas e preparações totalizaram US$ 1,3 bilhão, uma queda significativa de 46,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa diminuição foi puxada pela menor colheita de milho na safra 2023/24, devido a problemas climáticos, resultando em forte diminuição nas exportações do grão.
Os produtos florestais somaram US$ 1,3 bilhão, um aumento de 16,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse aumento foi impulsionado pela forte valorização no preço médio da celulose, mesmo com a queda no volume exportado.
Importações e Acumulado de 2024
As importações de produtos agropecuários atingiram US$ 1,6 bilhão em agosto, um aumento de 8,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. As compras de insumos também registraram variações relevantes, como o aumento de 15,4% em fertilizantes e 16,9% em nutrição animal.
No acumulado de 2024, de janeiro a agosto, o agro exportou US$ 111,76 bilhões, 0,6% a menos que no mesmo período de 2023. Considerando que os preços estão, em geral, menores até o momento, praticamente empatar com o ano anterior é um grande resultado para as exportações brasileiras.
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo