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Projeto vencedor para nova sede do governo de SP na Cracolândia, com construções de diferentes alturas articuladas por passarelas. Homologação prevista para dia 19.
Visto da perspectiva do governo, o ditador Nicolás Maduro está do lado certo da história.
O governo venezuelano, sob a administração de Nicolás Maduro, tem sido alvo de críticas internacionais.
O Futuro do Governo Brasileiro e Suas Relações Internacionais
O que a administração chavista não conseguiu há duas décadas está se desenrolando neste momento: o declínio do Império norte-americano. Lula e suas políticas externas – a gestão brasileira se envolve em questões em que pouco tem a contribuir e onde poderia ter mais influência, acaba por não obter resultados significativos – mostram-se ineficazes diante da crise na Venezuela, que se tornou uma disputa de grandes proporções. Rússia e China oferecem ao governo venezuelano um nível excepcional de apoio, proporcionando uma sensação de segurança. Nesse contexto, Lula e sua equipe internacional se posicionam como os ‘vencedores’, compreendendo a atual grande mudança geopolítica como um ‘determinismo’ que inevitavelmente levará ao triunfo do ‘Sul’ (os menos favorecidos, os emergentes, os oprimidos pela hipocrisia ocidental), liderado pela China. Lula e Celso Amorim acreditam que o lado vencedor é o representado pela Venezuela de Maduro. Essa visão fundamenta-se na ideia de que conceitos como democracia e direitos humanos são apenas pretextos utilizados por países ocidentais para promover seus interesses, principalmente econômicos, e que as sanções são meras ferramentas para prejudicar aqueles que desafiam essa ordem estabelecida. Embora seja uma abordagem simplista, primitiva e ultrapassada para compreender as profundas mudanças na ordem global, o verdadeiro desafio não está na sofisticação das decisões tomadas no governo, mas sim em como o país (e não apenas o presidente e seu partido) defende seus interesses em meio a tanta incerteza – algo que as superpotências mais temem. A situação do Brasil é extremamente delicada. O país é uma potência regional de médio porte, com limitada capacidade de influência. Em resumo, o Brasil depende tanto de seus mercados de exportação na Ásia quanto de seus fornecedores de tecnologia no Ocidente (especialmente no caso da Defesa, de países da Otan). O Brasil se destacou como uma superpotência na produção e exportação de alimentos, tornando-se um alvo principal em um mundo onde, nas palavras do ex-presidente da OMC, embaixador Roberto Azevedo, ‘os unilateralismos se proliferam’. Equilibrar-se entre dois grandes competidores (China e EUA), principalmente em um cenário de crescente protecionismo (especialmente na Europa) no setor agrícola, não é tarefa fácil. Navegar por esse contexto complexo e delicado exigiria do governo brasileiro abandonar a abordagem ideológica na análise dos eventos internacionais e dedicar-se a um planejamento estratégico mínimo. No entanto, para quê, se o mundo está seguindo o ‘caminho certo’?
Fonte: @ Estadão
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