O escritor Dalton Trevisan, conhecido como ‘Vampiro de Curitiba’, vencedor de prêmios Jabuti e Camões, autor de obra singular em literatura brasileira, faleceu.
O escritor Dalton Trevisan, maior contista contemporâneo do Brasil, deixou a vida no dia 9, aos 99 anos, na sua residência em Curitiba. Conforme informações de Fabiana Faversani, sua agente literária, divulgadas ao jornal Estadão, ocorreu em seu próprio lar.
Com uma linha literária única, Dalton Trevisan está entre os principais nomes da literatura brasileira. Apesar de não ter sido possível obter informações sobre o funeral de Dalton Trevisan, seu legado literário continua vivo e presente na obra de outros escritores.
Um escritor recluso: Dalton Trevisan e sua obra singular
Durante mais de sete décadas, Dalton Trevisan viveu isolado em uma casa, apenas saindo em ocasiões raras e se relacionando com um grupo pequeno de amigos. Dalton Trevisan, o ‘vampiro de Curitiba’, é considerado o maior contista da língua portuguesa, e sua obra é um testemunho de sua criatividade e talento. Embora não tenha se envolvido com a media literária, ele continuou a escrever e publicar obras de grande qualidade.
Em sua última etapa de vida, Dalton Trevisan se mudou para um apartamento central em Curitiba e dedicou seus anos finais a reler e reorganizar sua obra. Em 2022, ele lançou uma antologia de contos, com uma tiragem limitada de 50 exemplares, sem nenhuma linha sobre ele, apenas os textos e alguns desenhos de Poty.
Biografia de Dalton Trevisan
Dalton Trevisan nasceu em Curitiba, Paraná, no dia 14 de junho de 1925. Ele se formou em Direito pela Faculdade de Direito do Paraná e exerceu a advocacia por sete anos antes de abandonar a carreira para trabalhar na fábrica de cerâmicas da família. Dalton Trevisan é considerado o maior contista brasileiro contemporâneo.
Carreira literária de Dalton Trevisan
Dalton Trevisan estreou na literatura com a novela Sonata ao Luar (1945). Ele liderou o grupo literário que publicava a revista Joaquim em Curitiba, que se tornou porta voz de vários escritores, críticos e poetas. Em 1946, publicou seu segundo livro de ficção, Sete Anos de Pastor (1946), na revista Joaquim.
Prêmios e reconhecimento de Dalton Trevisan
Dalton Trevisan ganhou repercussão nacional a partir de 1959, com a publicação de Novelas Nada Exemplares, que reuniu sua obra de produção literária. Ele recebeu o Prêmio Jabuti de Câmara Brasileira do Livro pela obra. Em seguida, publicou Cemitério dos Elefantes (1964) e O Vampiro de Curitiba (1965). Ele recebeu o apelido de ‘Vampiro de Curitiba’ devido a seu temperamento recluso e avesso a entrevistas.
A autoria pessoal de Dalton Trevisan
Dalton Trevisan não era um autor isolado, mas sim um escritor que escolhia manter-se distante do meio literário. Embora não recebesse prêmios, não frequentasse o meio literário e não fosse entrevistado, ele continuou a escrever e publicar obras de grande qualidade. Suas obras foram reeditadas várias vezes, e ele recebeu o Prêmio Jabuti em 1965, 1995 e 2011.
Reconhecimento da obra de Dalton Trevisan
A obra de Dalton Trevisan foi reconhecida em várias ocasiões. Em 1994, ele publicou Ah, é?, marco do estilo minimalista. Em 1996, ele ganhou o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura. Em 2003, venceu o 1º Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira, juntamente com Bernardo Carvalho. Em 2012, ele foi eleito por unanimidade vencedor do Prêmio Camões e recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra.
Legado de Dalton Trevisan
A obra de Dalton Trevisan é um testemunho de sua criatividade e talento. Embora ele tenha escolhido manter-se distante do meio literário, sua obra continua a ser lida e apreciada por muitos. Sua obra singular é um legado que continuará a inspirar gerações de escritores e leitores por anos a venir.
Fonte: @ Estadão
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