A Polícia Federal, na operação Contragolpe, apresentou relatório com provas para prisão de cinco indivíduos: quatro militares e um agente da PF. Registros de computadores usados e de acesso, bem como metadados da imagem, são usados para justificar o pedido.
O acesso aos registros permitiu que a Polícia Federal identificasse os militares envolvidos no grupo que planejava o atentado.
Além disso, a Polícia Federal também teve acesso a registros de impressões digitais de funcionários do Palácio do Planalto, o que permitiu a identificação de indivíduos que acessaram equipamentos com soldados, que fazem parte do grupo de extrema direita. A investigação, liderada pelo juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se concentra em como os militares tiveram acesso a computadores no Palácio do Planalto.
Desvendando o Plano: Relato da PF Relembra a Operação Contragolpe
A partir dos registros meticulosamente guardados na Presidência da República, um plano intricado e impressionante foi desvendado, revelando a complexidade dos métodos de um grupo de militares envolvidos em atividades de segurança, transgredindo os limites de uma investigação. O relatório de 221 páginas, resultante do trabalho incansável de investigadores da Polícia Federal, traz a prova cabal de sua paciente obra. A Operação Contragolpe, deflagrada na terça-feira, 19, com a prisão de quatro militares do Exército e um policial federal, revelou a profundidade do envolvimento daquele grupo em atividades ilícitas.
Militares envolvidos no plano haviam produzido o plano e impresso uma das versões dentro do Planalto. Registros da impressora do Palácio do Planalto, solicitados pelos policiais federais, forneceram dados valiosos sobre os trabalhos de impressão realizados pelos equipamentos. A Presidência da República autorizou o acesso aos registros, permitindo que os investigadores pudessem ter acesso aos dados necessários. Nessa investida, a PF descobriu que um documento contendo o planejamento operacional denominado ‘Punhal verde amarelo’ foi impresso às 17h09, de 9 de novembro de 2022, pelo general Mário Fernandes em uma impressora da Secretaria-Geral da Presidência.
A investigação também recorreu aos registros oficiais de entrada e saída feitos nas portarias dos prédios oficiais. A análise apontou que a portaria do Palácio da Alvorada registrou a entrada do general Mário Fernandes, às 17h58 de 9 de novembro de 2022, ou seja, 41 minutos após a impressão do documento no Palácio do Planalto. Perícia em digital que aparece em foto possibilitou identificar o major Rafael Martins de Oliveira, que usou dados de outra pessoa para cadastrar número de telefone, permitindo o rastreamento da atividade ilícita.
Por meio da imagem, a apuração do Instituto Nacional de Identificação (INI) identificou o militar que usara dados de outra pessoa para cadastrar número de telefone. Segundo a PF, o grupo habilitou linhas em nomes de pessoas sem qualquer relação com os fatos ‘como forma de dificultar o rastreamento das atividades ilícitas’. Coordenadas geográficas, recuperadas dos metadados da imagem, apontaram o local exato em que uma foto foi feita, permitindo a reunião de elementos de investigação. O endereço bate com o local do acidente registrado pelo condutor que teve dados usados. A PF também recuperou o boletim de ocorrência registrado pelo motorista.
Ele relatou que o carro do major Rafael Oliveira ‘estava em baixíssima velocidade’, ‘quase parado’, e que o condutor do outro veículo ‘foi tragado’ pelo carro do major Oliveira, o que gerou um impacto entre os dois veículos.
Fonte: @ Estadão
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