Homenagem especial ao escritor Machado de Assis, com novo conjunto de poemas.
O escritor Machado de Assis conquistou um espaço especial em uma das mais respeitadas revistas do mundo, a The New Yorker, no início da semana passada. O poeta norte-americano David Lehman se inspirou em Machado de Assis para criar um conjunto de poemas chamados Em Honra a Machado de Assis, refletindo a riqueza da obra do grande escritor brasileiro.
É um verdadeiro tributo aos grandes autores da literatura brasileira, como Machado de Assis, que são lembrados não apenas em terras brasileiras, mas também em outros continentes. Machado de Assis é um dos principais expoentes da literatura brasileira do século XIX e seu nome é mencionado em obra de outros escritores, como no caso do poeta americano David Lehman, que homenageou o autor no conjunto de poemas Em Honra a Machado de Assis.
Publicação Reverenciando Machado de Assis
Os textos de Lehman foram publicados na última segunda, 18, e ganharão uma versão impressa nas bancas na próxima segunda, 25. Ao todo, Lehman dedicou cinco poemas a Machado de Assis: A Interrupção, Uma Errata Pensante, Por Causa do Erro, Dois Bêbados e A União da Loucura Humana. Todos refletem sobre a narrativa do escritor brasileiro, seu legado e sua obra. Em Por Causa do Erro, por exemplo, o poeta empresta o humor machadiano: ‘O capítulo anterior / deve ser excluído / por causa do erro / oculto na última estrofe / e a probabilidade / de um futuro bibliófilo / que dedique sua carreira / a Machado de Assis / e passa horas, dias, semanas, / estudando cada frase / de O Alienista / e Dom Casmurro / procurando em vão / por esse erro’.
Em Dois Bêbados, Lehman faz referência a uma das frases de Memórias Póstumas de Brás Cubas: ‘Um romance é um espelho / caminhando pela estrada, / a narrativa é direta, / o estilo é direto./ Mas a história de Machado / e seu estilo são de dois / bêbados vacilando / de um lado para o outro, / rindo de piadas sem graça, / levantando os punhos, / em uma distração episódica / da eternidade. É melhor cair / de uma nuvem do que de / uma janela do terceiro andar’.
O escritor brasileiro já é muito celebrado por leitores estrangeiros, inclusive por outros grandes autores. Uma onda de reconhecimento de Machado foi suscitada recentemente, quando uma nova versão de Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicada em inglês em 2020. À época, Dave Eggers, autor de O Círculo, escreveu uma crítica, também na revista The New Yorker, elogiando o autor: ‘Há muito esquecido pela maioria, é um dos livros mais espirituosos, mais divertidos e, portanto, mais vivos e eternos já escritos’, discorreu Eggers.
A obra de Machado já ganhou elogios de Maya Angelou, que disse que Dom Casmurro a tornou escritora, Salman Rushdie, que já usou referências literárias sobre o escritor em Faca: reflexões sobre um atentado, e do cineasta Woody Allen, que citou Memórias Póstumas como um dos cinco livros que mais o influenciaram. Parul Sehgal também já escreveu uma crítica no The New York Times comparando o escritor com Nikolai Gogol, Edgar Allan Poe, Jorge Luis Borges, James Joyce, Vladimir Nabokov e Anton Tchekhov em 2018.
Machado de Assis em inglês
A obra de Machado de Assis tem sido cada vez mais celebrada por leitores estrangeiros e autores. Recentemente, Memórias Póstumas de Brás Cubas liderou a lista de livros mais vendidos na Amazon depois que a tiktoker Courtney Henning Novak gravou um vídeo reagindo a uma tradução de Flora Thomson-Devaux. ‘Eu estou lendo esse livro para o Brasil, para um projeto de leitura de todo o mundo. Por que vocês não me avisaram que era o melhor livro já escrito?’, disse ela no vídeo. Courtney se encantou pela literatura e cultura brasileiras e, em setembro, chegou a anunciar um acordo com um editor para publicar uma nova tradução de Memórias Póstumas.
Fonte: @ Estadão
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