Prefeito é acusado de ligação com crime organizado e favorecimento ilegal. Ministério Público investiga caso da Máfia na Operação Fim da Linha, que envolve o Primeiro Comando da Capital e irregularidades no sistema de transporte público.
A Justiça Eleitoral determinou, por meio de três liminares concedidas, que o candidato Guilherme Boulos (PSOL) retire das redes sociais três vídeos com ataques ao adversário do segundo turno da eleição pela Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Essa medida visa garantir a lisura do processo eleitoral e evitar a disseminação de informações que possam influenciar indevidamente o voto dos eleitores.
O Tribunal responsável pelo caso considerou que os vídeos em questão continham ataques pessoais e informações falsas, o que poderia prejudicar a campanha do candidato Ricardo Nunes. A Justiça eleitoral tem o papel fundamental de garantir a transparência e a equidade no processo eleitoral, e medidas como essa são essenciais para manter a confiança dos eleitores no sistema. A lisura do processo eleitoral é fundamental para a democracia.
Decisão da Justiça Eleitoral
O Ministério Público e os advogados de Boulos têm um prazo de 24 horas para se manifestar nos autos. A equipe de campanha de Boulos afirma que Nunes deve esclarecer as suspeitas que recaem sobre ele no caso da Máfia das Creches e sua relação com empresários de ônibus investigados na Operação Fim da Linha. A campanha de Boulos também destaca a necessidade de Nunes explicar sua relação amistosa com esses empresários.
Derrota na Justiça Eleitoral
No mesmo dia, magistrados determinaram a retirada de três vídeos ofensivos contra Nunes. Em um dos vídeos, há uma cena teatral em que amigos secretos foram agraciados com favorecimentos ilegais por Nunes, que recebe ‘presentes’ pelos benefícios. A legenda do vídeo afirma: ‘Quem dera o prefeito Ricardo Nunes tratasse São Paulo como trata os amigos, né?’. O juiz Murillo d’Avila Vianna Cotrim afirmou que a forma como o vídeo foi veiculado contém insinuação apta a caracterizar ofensa e ataque pessoal.
Outra ação teve como alvo uma postagem com fotos em que Nunes aparece como receptor de dinheiro ilícito como prefeito de São Paulo. Em uma das imagens, Nunes está próximo de uma pilha de dinheiro e com uma tarja nos olhos. Em outra imagem, consta a afirmação ‘R$ 31 milhões para o filho do compadre’. A juíza Claudia Barrichello argumentou que as propagandas impugnadas passam ao eleitor a clara ideia de que o autor praticou crime de corrupção e improbidade administrativa na sua gestão como prefeito de São Paulo.
Publicação nas redes sociais de Boulos deve ser retirada
Na terceira liminar, há um vídeo sobre operações da Polícia Civil para combater atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no sistema de transporte público. O vídeo cita ‘Como o PCC se infiltrou no bilionário sistema de ônibus de SP’ e ‘Milícia da cracolândia ‘manobra’ usuários para cobrar propina de comércio’. Há citação ainda de que Nunes trouxe o crime organizado para São Paulo. O juiz Rodrigo Marzola Colombini determinou a exclusão da publicação.
A campanha de Boulos afirmou que ‘o prefeito Ricardo Nunes quer impedir que a população de São Paulo conheça o seu histórico, que inclusive já foi amplamente noticiado pela imprensa’. A campanha também destacou que Nunes deve explicações aos eleitores da cidade sobre as suspeitas que recaem sobre ele no caso da Máfia das Creches e a respeito da relação amistosa com empresários de ônibus investigados na Operação Fim da Linha e do Boletim de Ocorrência registrado pela esposa do candidato o acusando de violência doméstica. Nunes sempre negou ter agredido a esposa e diz não ter relação com as investigações sobre a Máfia das Creches.
Fonte: @ Estadão
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