Oficial da Divisão de Segurança, de Dignitários, trabalhou na Casa Militar e foi preso na Operação Tai-Pan, que mirou lavagem de R$ 120 bilhões financeira montada por Organizações Criminosas, entre as quais 2 Go Bank, denunciada pelo delator do PCC, Chefe de Equipe.
Em um movimento inédito, a Polícia Federal prendeu o capitão Diogo Costa Cangerana, da Polícia Militar de São Paulo, durante a Operação Tai-Pan, que visou enfraquecer uma rede composta por três fintechs que, entre 2017 e 2022, transferiram R$ 6 bilhões para ‘diversas organizações criminosas’, além de outros crimes.
O capitão, responsável pela coordenação de uma unidade de segurança no interior do estado, possui uma longa história de serviços policiais. Sua prisão gerou um grande impacto, especialmente quando consideramos que a investigação levou em conta crimes que extrapolam os limites de uma simples investigação. Diferente da investigação usual, essa operação envolveu uma rede de policiais corruptos, que permitiu que a segurança de milhares de pessoas fosse posta em risco. A Operação Tai-Pan foi uma das mais complexas operações realizadas pela PF e envolveu a prisão de 14 pessoas, incluindo o capitão.
Operação Tai PAN: Policiais suspeitos de lavagem de dinheiro
A Polícia Federal prendeu um capitão da Polícia Militar, Diogo Cangerana, suspeito de atuar como intermediário em uma rede de lavagem de dinheiro montada por fintechs ligadas ao crime organizado. A operação Tai PAN também envolveu agentes da Receita Federal e investiga o sistema financeiro montado por essas instituições, que movimentaram R$ 120 bilhões entre créditos e débitos.
O capitão Cangerana trabalhava na Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes, como Chefe de Equipe da Divisão de Segurança de Dignitários do Departamento de Segurança Institucional, desde abril de 2012. Ele foi transferido para o 13.º Batalhão da PM em setembro, após trabalhar no Palácio até o dia 3 de setembro. O governo estadual afirma que Tarcísio de Freitas, governador do estado, tem mais de uma equipe de segurança e nega ter recebido notificações sobre a investigação do capitão.
A Corregedoria da Polícia Militar acompanha os desdobramentos da operação e está à disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações. A Polícia Militar não se manifestou, mas foi informada da prisão do capitão. Doze agentes da PF bateram na porta do capitão às 6 horas, sob a suspeita de ser um dos articuladores do sistema financeiro do crime.
Ele cuidaria da abertura de contas nas fintechs, como uma espécie de articulador. Os investigadores põem sob suspeita transações mantidas entre pessoas e empresas que somam, entre crédito e débito, R$ 120 bilhões. O líder do grupo, sozinho, teria movimentado, em 2024, R$ 800 milhões – o nome dele não foi revelado.
Uma das fintechs investigadas é a 2 Go Bank, que foi denunciada pelo empresário Antonio Vinícius Lopes Gritzbach, o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) em seu depoimento à Corregedoria da Polícia Civil, em 31 de outubro. Gritzbach foi executado a tiros de fuzil no dia 8 de novembro de 2024 na área de desembarque do aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. A polícia suspeita que o PCC esteja por trás do crime.
Participação do capitão Diogo Cangerana na Casa Militar
O capitão Diogo Cangerana, suspeito de atuar como intermediário na lavagem de dinheiro, viajou para Portugal em junho com o governador Tarcísio de Freitas para uma viagem oficial. Em julho, ele acompanhou o governador na viagem ao Balneário Camboriú (SC), onde Tarcísio se encontrou com o presidente argentino, Javier Milei, e com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em outubro, o chefe da Casa Civil, Arthur Lima, estava entre os funcionários do Palácio dos Bandeirantes.
Fintechs e crime organizado
A operação Tai PAN destaca a grande movimentação financeira envolvida no crime organizado. Uma das fintechs investigadas é a 2 Go Bank, que foi denunciada pelo empresário Antonio Vinícius Lopes Gritzbach. O líder do grupo, sozinho, teria movimentado, em 2024, R$ 800 milhões. A polícia suspeita que o PCC esteja por trás do crime.
Prisão do capitão Diogo Cangerana
Doze agentes da PF bateram na porta do capitão às 6 horas, sob a suspeita de ser um dos articuladores do sistema financeiro do crime. Ele cuidaria da abertura de contas nas fintechs, como uma espécie de articulador. Os investigadores põem sob suspeita transações mantidas entre pessoas e empresas que somam, entre crédito e débito, R$ 120 bilhões.
Fonte: @ Estadão
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