Ex-vice-presidente minimiza golpe, diz que não havia apoio das Forças Armadas para crimes de abolição violenta em um estado democrático de direito.
Depois do vazamento de um plano de golpe de Estado, o senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) classificou o ocorrido como uma ‘fanfarronada’ e negou o envolvimento das Forças Armadas. O senador afirmou que o plano não tinha o apoio das Forças Armadas para ser concretizado.
O plano de golpe de Estado foi revelado pela Polícia Federal na Operação Contragolpe. A tentativa de golpe militar, que não teve sucesso, foi considerada uma ameaça à estabilidade política do país. Hamilton Mourão destacou a importância da estabilidade política e reiterou que as Forças Armadas não estavam envolvidas no plano. O golpe de Estado no Brasil é um tema delicado e sensível, e o senador buscou esclarecer a situação para evitar interpretações equivocadas.
O ‘Golpe’ em Pauta: Senador Critica Indiciamento e Minimiza Tentativa de Golpe de Estado
O senador Hamilton Mourão, conhecido por sua postura firme, recentemente criticou o indiciamento de 37 pessoas pela Polícia Federal, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado como líder da organização criminosa por crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Ele defendeu um grupo de militares que, em sua opinião, não conseguiu executar uma tentativa de golpe de estado, pois não contou com o apoio de parcela expressiva das Forças Armadas. ‘Tentativa de golpe tem que ter o apoio de parcela expressiva das Forças Armadas’, disse Mourão em seu podcast Bom dia, Mourão na sexta-feira, 22.
O senador minimizou as informações da PF sobre um grupo de militares que teria tramado os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. ‘Se meia dúzia, de três ou quatro, resolveu escrever bobagem, tudo bem. É crime escrever bobagem? Vou deixar para os juristas. Eu vejo crime quando você parte para a ação. Se tivesse feito uma emboscada contra o ministro Alexandre de Moraes, o presidente da República, disparado contra ele. Nada disso aconteceu. Ficou tudo no terreno da imaginação’, acrescentou Mourão.
Juristas apontam que os atos descritos no relatório da Polícia Federal são suficientes para caracterizar os atos dos militares como tentativa de golpe, o que pela legislação brasileira é considerado crime. O ministro do STF Gilmar Mendes refutou essa última tese durante um congresso em São Paulo na quinta-feira, 21. ‘A tentativa de qualquer atentado contra o Estado de Direito, ela já é em si criminalizada, de modo que já é um crime consumado. Até porque, quando se faz o atentado contra o Estado de Direito e ele se consuma, o Estado já não mais existe’, disse Mendes.
As investigações mostram que o planejamento da ruptura democrática contou com reuniões com a cúpula das Forças Armadas, rascunhos de minutas golpistas, planilha com detalhes do golpe, minuta de ‘gabinete de crise’ que seria instalado após a ruptura e até o plano de envenenamento de Lula e de eliminar Moraes a bomba. De acordo com o inquérito que embasou a Operação Contragolpe, deflagrada na terça-feira, 19, dois dias antes da conclusão do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, o general da reserva Walter Braga Netto, homem forte do governo Bolsonaro, era uma peça-chave no plano de ruptura institucional. O ex-ministro tomou conhecimento sobre um plano para executar autoridades e seria o coordenador-geral de um ‘Gabinete Institucional de Gestão da Crise’ caso o golpe ocorresse. Segundo a PF, o general Mário Fernandes é o autor do plano ‘Punhal Verde e Amarelo’, que
Fonte: @ Estadão
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