Comitê de radicais formado por militares para influenciar opinião pública e controlar ações de comunicação do governo, evitando ilações desinformadoras.
De acordo com a Polícia Federal, o golpe previa a prisão do presidente Lula e a instauração de um regime militar no Brasil, com os militares exercendo o poder de fato no País. O golpe foi descoberto em 2022, mas o objetivo de pacificar o País permanece útil mesmo diante de uma realidade que permite a existência de protestos e manifestações.
Os nomes dos militares envolvidos foram revelados pela PF. Eles incluem os generais Oswaldo Passos de Albuquerque, Carlos Alberto Fontoura do Nascimento, Luiz Eduardo Ramos da Silva, Paulo Roberto Neves de Abreu e o general da reserva, Ademar Chagas de Souza. Já os coronéis, Zacarias Ribeiro de Souza, Everton Ferreira de Castro, José Roberto Gonçalves da Silva, Afonso Roberto Silva de Araujo, José Roberto Gonçalves da Silva, Luiz Claudio de Moraes, Carlos Alberto Fontoura do Nascimento, Wellington de Moraes Silva, Carlos Augusto Lima de Souza, Paulo Roberto Neves de Abreu e o coronel da reserva, José Carlos Alves de Souza.
Plano de Golpe por Exercícios de Influência
O ‘Punhal Verde e Amarelo’ era a sigla atribuída ao plano de ‘influenciar a opinião pública’ e ‘controlar’ as ações de comunicação do governo, objetivando ‘evitar ilações que desinformassem a população’. Para isso, seria incluído um promotor no ‘gabinete do golpe’ e criado um braço para acompanhar decisões do Congresso Nacional e buscar apoio político ao decreto de ruptura. O plano era tão ambicioso que pretendia incluso um promotor no núcleo de assessoria jurídica do gabinete de crise.
Integrantes do Gabinete e Indiciamento
Os três generais que integrariam a cúpula do gabinete – Mário Fernandes, Augusto Heleno e Braga Netto – foram indiciados pela tentativa de golpe, gestada no governo Bolsonaro, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A PF imputa a Bolsonaro, a 11 aliados e a 25 militares esses crimes. Sobre o indiciamento, a defesa de Braga Netto alegou ‘indevida difusão de informações relativas a inquéritos’, concedidas ‘em primeira mão’ a determinados veículos de imprensa em detrimento do devido acesso às partes diretamente envolvidas e interessadas. A reportagem busca contato com as defesas de Mário e Augusto Heleno e se mantém aberta para manifestações.
Montagem do Gabinete de Crise
A montagem da estrutura do ‘Gabinete Institucional de Gestão de Crise’ ficou a cargo do general de Brigada reformado Mário Fernandes que exercia, então, o posto de secretário-executivo da Presidência na gestão Jair Bolsonaro. O gabinete teria um braço para ‘monitorar’ decisões do Congresso Nacional e o objetivo seria o de ‘buscar o máximo de apoio parlamentar’ para o decreto de golpe. A intenção era a de arrastar, para seu núcleo de Assessoria Jurídica, a Secretaria Especial para Assuntos Jurídicos, a Advocacia Geral da União e até um promotor do Ministério Público Militar, conforme esboçou Fernandes, preso na Operação Contragolpe, deflagrada na terça-feira, 19.
Apoio e Influência Política
O promotor Nelson Lacava Filho, citado na minuta do gabinete de crise, externou ‘absoluta perplexidade e constrangimento’ com a inserção de seu nome do documento. ‘Jamais promovi qualquer ação em detrimento do Estado Democrático de Direito e, muito menos, quanto à vida de qualquer pessoa’, frisou. A meta do grupo seria ‘estabelecer diretrizes estratégicas, de segurança e administrativas para o gerenciamento da crise institucional’. O gabinete teria, ainda, o objetivo de ‘proporcionar ao presidente da República (Jair Bolsonaro) maior consciência situacional das ações em curso a fim de apoiar o processo de tomada de decisão’. Entre as diretrizes estratégicas do gabinete de ‘crise’ constavam o estabelecimento de ligações com Ministérios para ações coordenadas das pastas, ‘além da articulação de apoio parlamentar para aprovar medidas políticas necessárias e ações previstas no possível decreto de golpe’.
Rede de Inteligência e Apoio Político
O núcleo de radicais pretendia, também, estabelecer uma rede de inteligência para atuar como ‘gestor de informações, sensor e catalisador de conhecimentos de inteligência oriundos da coleta de informações das instituições e da população civil’. Segundo a reportagem, o objetivo do plano era ‘proporcionar ao presidente da República maior consciência situacional das ações em curso a fim de apoiar o processo de tomada de decisão’. O gabinete teria um braço para ‘monitorar’ decisões do Congresso Nacional e o objetivo seria o de ‘buscar o máximo de apoio parlamentar’ para o decreto de golpe.
Fonte: @ Estadão
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