General desabafa no Dia do Soldado sobre disputas no governo por orçamento, divergindo de Rui Costa e do Ministério da Defesa sobre a Força Terrestre.
O Brasil está desenvolvendo sua própria tecnologia de defesa com a criação de um novo míssil anticarro fire and forget. A versão 4 do MSS 1.2 AC, fabricada pela Siatt, promete ser um avanço significativo na capacidade militar do país, com previsão de equipar as novas companhias anticarros do Exército brasileiro a partir de 2027.
O uso de mísseis como projéteis de alta precisão tem se tornado cada vez mais comum em cenários de conflito modernos. O míssil MSS 1.2 AC, com sua tecnologia avançada, representa um importante passo para a segurança nacional, demonstrando o compromisso do Brasil em fortalecer suas defesas e capacidades estratégicas.
Novas gerações de mísseis anticarro fortalecem o Exército Brasileiro
Atualmente, o Exército Brasileiro conta com cerca de uma centena de MSS 1.2, um projétil de alta precisão que está sendo utilizado pelo 18.º Regimento de Cavalaria Mecanizado, localizado em Boa Vista. Essa unidade foi estrategicamente reforçada para fazer frente à possibilidade de uma invasão proveniente da Venezuela. O teste do míssil anticarro MSS 1.2 AC, conduzido pelo Exército, revelou que esse armamento será integrado à nova tropa da 11.ª Brigada de Infantaria Mecanizada.
O míssil desenvolvido pela Siatt, fabricante também do míssil antinavio Mansup da Marinha, utiliza um sistema de guia óptico chamado beam-rider, que permite ao operador realizar a mira por meio de um feixe laser invisível e codificado, garantindo que o MSS 1.2 atinja com precisão o veículo de combate inimigo. Com um alcance atual de 2 mil metros, uma versão aprimorada, o MSS 1.3 AC, com alcance estendido para 3 mil metros, tem previsão de estar disponível em 2025. Além disso, uma versão do tipo fire and forget, com alcance útil de 4 mil metros, está programada para entrar em serviço em 2027.
A capacidade de lançamento do míssil será realizada a partir de viaturas blindadas multitarefas leves sobre rodas Guaicurus, produzidas pela Iveco Defense Vehicles (IDV). Recentemente, o Exército assinou um contrato no valor de R$ 1,4 bilhão com a IDV para a aquisição de 420 Guaicurus nos próximos dez anos. Esse investimento visa fortalecer a capacidade de defesa do Exército Brasileiro diante de potenciais ameaças.
A tecnologia fire and forget, que dispensa a intervenção do atirador após o disparo, já é empregada com sucesso por sistemas como o americano Javelin e o israelense Spike, produzido pela Rafael. O Brasil recebeu recentemente uma centena de Spikes LR 2, adquiridos em 2022. Esses mísseis, juntamente com a versão 2 do MSS, o 1.2 AC, serão utilizados para equipar a primeira companhia anticarro formada pelo Exército.
A sede dessa companhia anticarro será estabelecida em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, com previsão de inauguração em 11 de dezembro. A cerimônia contará com a presença do comandante militar do Sudeste, general Guido Amin Naves, e do comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro de Paiva. Cada pelotão da companhia será composto por quatro lançadores de mísseis, totalizando quatro pelotões.
A escolha de Barueri como localização estratégica para a companhia anticarro se deve à facilidade logística de mobilização e transporte da tropa, especialmente por meio de aeronaves como o KC-390, a partir dos aeroportos e bases da região do Comando Militar do Sudeste. Além disso, a manutenção dos equipamentos será mais eficiente nessa região do que se estivessem baseados na região Amazônica.
A Siatt planeja fornecer mais 150 mísseis para o Exército Brasileiro, com o Grupo Edge, dos Emirados Árabes Unidos, que adquiriu 50% da Siatt em 2023, vislumbrando oportunidades de mercado no Leste Europeu e na África para o míssil anticarro brasileiro. As novas versões desenvolvidas pela empresa prometem fortalecer ainda mais a capacidade de defesa da Força Terrestre, garantindo a segurança das fronteiras e a proteção do território nacional.
Fonte: @ Estadão
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