Ministro da Fazenda em embates com cúpula do partido e presidente do Banco Central.
A nomeação de Gabriel Galípolo para liderar o Banco Central, amplamente aguardada na capital federal e oficializada nesta quarta-feira, marca mais um triunfo do ministro da Economia, Fernando Haddad, sobre a corrente desenvolvimentista do PT. A escolha de Galípolo para o cargo de grande importância foi recebida com entusiasmo pelos analistas econômicos.
O menino de ouro, Gabriel Galípolo, terá a missão de conduzir a política monetária do país em um momento crucial para a economia nacional. Sua nomeação para o Banco Central reforça a confiança do mercado financeiro e sinaliza a continuidade das medidas de ajuste fiscal. A trajetória de Galípolo o coloca como uma figura chave no cenário econômico atual.
Galípolo: O Destaque na Presidência do Banco Central
Como evidenciado na Coluna do Estadão em junho, a suspensão dos cortes de juros pelo Banco Central, com o respaldo de Galípolo, colocou o diretor de política monetária da autarquia em meio à ‘fogueira’ dos quadros importantes do partido — embora sua posição como favorito para suceder Roberto Campos Neto permanecesse inabalada. Desde o início da gestão, Haddad tem enfrentado embates econômicos com figuras proeminentes do PT, incluindo a presidente Gleisi Hoffmann. No ano passado, a liderança do partido criticou a política fiscal do governo, chamando-a de ‘austericídio’.
As divergências em relação ao rumo econômico também geraram atritos entre Galípolo e a sigla. Em junho, após o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a manutenção da Selic em 10,5%, membros influentes do PT sugeriram nos bastidores que Galípolo havia sido ‘cooptado’ pelo mercado, defendendo assim outra nomeação para a presidência do BC, como a de André Lara Resende. No entanto, havia a expectativa de que, no momento decisivo, Lula atenderia a Haddad, indicando o ex-presidente do Banco Fator, a quem se refere como ‘menino de ouro’.
Galípolo, que atuou como secretário executivo de Haddad na Fazenda, mantém uma relação direta com o presidente da República. Ele desempenhou um papel crucial ao persuadir Lula a adotar uma postura mais moderada em relação ao Banco Central para conter a valorização do dólar. Publicamente, a indicação do presidente não foi contestada, mesmo por petistas mais críticos à política monetária brasileira, que expressaram apoio a Galípolo após sua oficialização.
No entanto, ressaltaram a necessidade de redução dos juros. ‘Galípolo é a escolha de Lula para a presidência do BC. Esperamos que, ao assumir o cargo, inicie um ciclo de queda na taxa Selic. Desejamos sucesso em sua gestão, visando impulsionar o crescimento econômico e a geração de empregos. Campos Neto, o sabotador, já vai tarde!’, declarou o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) nas redes sociais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou hoje a nomeação de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central.
Fonte: @ Estadão
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