“Primeira parte da série ‘Amor nos Tempos do Cólera’ baseada no romance de Gabriel García Márquez chega à Netflix na quarta-feira, 11, com Joaquín Cortés e Marleyda Soto.”
Apesar de sua fascinação com o cinema, Gabriel-García-Márquez’ não via com bons olhos a adaptação de sua obra-prima para a grande tela. Com Cem-Anos-de-Solidão sendo uma das obras que mais o marcaram, ele era cauteloso em relação às versões cinematográficas de seu trabalho.
Seu romance Amor-nos-Tempos-do-Cólera, por exemplo, foi adaptado para o cinema em 2016, dirigido por Mike Newell, mas não foi bem recebido pela crítica devido à falta de tradução para o idioma local e a escolha de atores não tão conhecidos. Dessa forma, mesmo com essas obras sendo popularizadas por outros meios, o autor não se sentia confortável em ver sua obra em destaque na tela de cinema.
Um Olhar Poético e Político sobre a América Latina
Gabriel-García-Márquez, o autor de Cem Anos de Solidão e Amor nos Tempos do Cólera, é um dos escritores mais icônicos da América Latina. Nesta quarta-feira, o seu clássico Cem Anos de Solidão será adaptado para uma série pela Netflix em espanhol, rodada na Colômbia. O diretor argentino Alex García López, que dividirá a direção com a colombiana Laura Mora, tem a plena consciência da responsabilidade de adaptar um dos maiores livros da literatura latino-americana e mundial.
García López reconhece que cada leitor tem uma imagem própria de José Arcadio Buendía e de Úrsula, o casal de primos que foge de sua cidade e do nariz torcido da família para fundar o povoado de Macondo no meio do nada. Na série, eles ganham o rosto de Marco Antonio González e Susana Morales na juventude, e de Diego Vásquez e Marleyda-Soto na maturidade.
Uma Jornada Histórica e Mágica
A série é uma jornada ao longo dos anos, desde a fundação de Macondo até a guerra que divide a cidade pela política. Há acontecimentos grandes e pequenos, amores proibidos, noivados rompidos, ciúmes entre irmãos e mistérios tratados como fatos do cotidiano. A equipe de figurinos e de direção de arte foram atrás de artesãos e de objetos originais da época para criar um ambiente autêntico.
García López afirma que o medo de adaptar um clássico como Cem Anos de Solidão o manteve acordado nos últimos quatro anos, mas agora ele está ansioso para ver o resultado de seu trabalho. Ele também destaca a importância de fazer essa obra na Colômbia, na América Latina, com equipe majoritariamente colombiana. A Colômbia pode mostrar ao mundo que vai além das histórias de narcotraficantes e que a América Latina é capaz de contar histórias poéticas, belas e grandes.
Uma Ode à Cultura e à História
A série é uma ode à cultura e à história da América Latina, um reflexo da realidade do continente. O diretor e a equipe de produção tiveram que pesquisar extensamente para entender a história e a cultura da região, desde a fundação de Macondo até a guerra que divide a cidade pela política. Eles foram à cidade natal do escritor, Aracataca, e às regiões onde aconteceram fatos históricos importantes retratados no livro.
A série é uma homenagem ao realismo mágico, um estilo literário que espelha a cultura da região, e uma celebração da capacidade da América Latina de contar histórias poéticas e belas. Com a série Cem Anos de Solidão, a Netflix está oferecendo ao mundo uma visão autêntica da América Latina, uma visão que vai além das histórias de narcotraficantes e ditaduras.
Fonte: @ Estadão
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