Empresariado propõe alinhar agenda global, mas não considera taxação dos super-ricos e reforma de órgãos internacionais.
A liderança do F-20, o fórum empresarial que dialoga com o G-20, vai apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira, 28, no Planalto, um relatório com 26 sugestões de políticas públicas que as empresas acreditam que devem ser discutidas durante a reunião que reúne as maiores economias do mundo.
O grupo das 20 maiores economias, representadas no fórum empresarial do G-20, é fundamental para a cooperação internacional e o desenvolvimento econômico global. As discussões entre as maiores economias são essenciais para enfrentar os desafios atuais e promover a estabilidade financeira mundial.
G-20: Propostas do setor empresarial para o fórum das 20 maiores economias
As sugestões apresentadas pelos empresários ao governo Lula têm como principal objetivo alinhar a pauta brasileira à agenda global, buscando a unificação de critérios para o comércio internacional que leve em consideração a pegada de carbono dos produtos. O foco está na descarbonização, transição energética, digitalização e segurança alimentar, áreas que os empresários veem como oportunidades para o Brasil liderar as discussões.
No que diz respeito à redução de emissões, o texto destaca a importância de incentivar soluções como o mercado de crédito de carbono, o hidrogênio limpo e os biocombustíveis. Na reunião com Lula, estarão presentes o empresário Dan Ioschpe, do setor industrial, presidente do B-20 Brasil e vice-presidente da Fiesp, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, que coordena o B-20 neste ano.
O documento do B-20 ressalta a necessidade de revisar as restrições comerciais impostas pelos países do G-20 nos últimos três anos e promover metodologias internacionais para calcular e prestar contas da pegada de carbono dos produtos. Os países do G-20 representam 75% do comércio global e a conciliação dos parâmetros de sustentabilidade com as diretrizes comerciais é um tema em destaque no fórum.
O setor privado tem demonstrado preocupação com o protecionismo ambiental e a criação de barreiras comerciais baseadas em critérios ambientais diversos. Mais de mil leis climáticas foram aprovadas até 2022 desde a assinatura do Acordo de Paris, incluindo a legislação do Parlamento Europeu que proíbe a venda de produtos provenientes de áreas desmatadas após 1º de janeiro de 2021.
Dan Ioschpe, líder do B-20, se reúne com Lula para apresentar as propostas do grupo empresarial para o G-20 deste ano. As sugestões foram elaboradas por sete grupos temáticos liderados por empresários brasileiros como Ricardo Mussa (Raízen), Francisco Gomes Neto (Embraer) e Gilberto Tomazoni (JBS), entre outros. Mais de 1,2 mil representantes do setor privado de mais de 40 países participaram das discussões.
O B-20 conta com dois conselhos consultivos, nacional e internacional, que incluem nomes como Luiza Trajano e Michael Bloomberg. O fórum é um dos grupos de engajamento social do G-20 e busca mostrar ao governo brasileiro a importância de aproveitar a oportunidade do G-20 para promover temas de interesse global.
Fonte: @ Estadão
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