Rafael Alcadipani defende força-tarefa do Ministério Público Federal em crime organizado, crime envolvendo a Polícia Federal, crime envolvendo o PCC em diversos Estados.
De acordo com o professor Rafael Alcadipani, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o modelo de força-tarefa anunciado pelo secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, é ineficaz. O referido modelo não apresenta soluções específicas para lidar com a complexidade dos crimes organizados e não é capaz de combater a crescente onda de infracções violentas que afetam a sociedade paulista.
Alcadipani argumenta que a investigação de crimes de alta complexidade, como a execução de um delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Aeroporto de Guarulhos, exige uma abordagem mais rigorosa e especializada. O professor destaca a importância de se combinar o trabalho da polícia com o de outros órgãos, como o Ministério Público, para garantir que a justiça seja feita e que os infractores sejam responsabilizados pelas suas ofensas. Em sua visão, o modelo de força-tarefa atual não é capaz de fornecer essa resposta integral e estruturada necessária para lidar com a gravidade do crime em questão.
Crime Organizado: Um Desafio Para a União de Esforços
O especialista em crime organizado, Alcadipani, destaca a importância da união de esforços contra o delito, envolvendo não apenas as polícias estaduais, mas também o Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as Forças Armadas, se necessário. Esse modelo de força-tarefa é peculiar, pois geralmente envolve a participação de pessoas de fora do governo estadual.
A falta de capacidade de articulação entre o governo estadual e federal é uma grande dificuldade, segundo Alcadipani. ‘Essa é nossa grande dificuldade. Governo federal e governo estadual não conseguem estabelecer um diálogo mínimo para a gente poder tentar resolver esse problema’, avalia o professor à Coluna do Estadão/Broadcast.
Uma força-tarefa eficaz teria que se concentrar em ações do crime organizado em diversos Estados, não apenas em uma investigação de um caso específico. O especialista destaca que as investigações demoram e que o chefe do grupo do crime organizado será o número dois da Secretaria de Segurança Pública, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário-executivo da pasta.
A Polícia Federal também abriu inquérito para investigar o caso. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, anuncia criação de força-tarefa para investigar assassinato que ocorreu no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na última semana. O episódio é tratado como muito sensível no Palácio do Planalto e no Palácio dos Bandeirantes.
A ideia de federalizar o crime foi muito mal vista por autoridades paulistas, que a classificaram como um ‘desserviço’ e uma ofensa ao sistema de Justiça estadual. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está em campos opostos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com divergências inclusive na agenda da segurança pública.
Crime Organizado: Uma Força-Tarefa Para Superar a Infracção
A composição da força-tarefa será a seguinte: I. Osvaldo Nico Gonçalves – Secretário Executivo da Segurança Pública; II. Caetano Paulo Filho – Delegado de Polícia, Diretor do DIPOL; III. Ivalda Oliveira Aleixo – Delegada de Polícia, Diretora do DHPPIV; Pedro Luís de Souza Lopes – Coronel PM, Chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar; V. Fábio Sérgio do Amaral – Coronel PM, Corregedor da Polícia.
Fonte: @ Estadão
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