Oficiais punidos disciplinarmente respondem inquérito por indícios de crime em documento; Autores e signatários não localizados para comentar.
O Exército finalizou a investigação iniciada no ano anterior e descobriu os responsáveis e subscritores da denominada ‘Carta aos Oficiais Superiores do Exército Brasileiro‘.
No segundo parágrafo, os envolvidos no manifesto foram chamados para prestar esclarecimentos sobre o teor da Carta dos Oficiais, visando a transparência e a integridade institucional.
Carta dos Oficiais: Manifesto e Sindicança
Uma sindicância aberta identificou os autores e signatários da carta dos oficiais, que foi entregue ao ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, em 28 de novembro de 2022, um dia antes da publicação. Por ordem do Comandante Geral do Exército, general Tomás Paiva, quatro oficiais envolvidos no documento estão sendo submetidos a um Inquérito Policial Militar (IPM) devido a indícios de crime. O prazo para a conclusão do IPM é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30.
Investigações e Punções Disciplinares
O Ministério Público Militar (MPM), responsável pela fiscalização das investigações, tem a possibilidade de solicitar novas diligências e incluir outros dos 26 militares identificados como signatários da carta, que receberam punições disciplinares que variam de advertências a detenções. Onze militares, apesar de terem assinado o documento, não foram punidos por seus superiores.
Resultados da Apuração
O jornal Estadão obteve com exclusividade o resultado da apuração, que revelou a participação de 12 coronéis, nove tenentes-coronéis, um major, três tenentes e um sargento no manifesto. Dos quatro oficiais que redigiram a carta, dois são coronéis da ativa – Alexandre Castilho Bitencourt da Silva e Anderson Lima de Moura – e dois estão na reserva – Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso. Eles não foram localizados para prestar esclarecimentos.
Descoberta da Carta
A carta foi descoberta no celular do ex-ajudante de ordens da Presidência de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, durante as investigações da Polícia Federal, após o depoimento do ex-comandante da Força general Marco Antônio Freire Gomes, que revelou a existência do documento. O objetivo do manifesto era pressionar adesão a um golpe tentado após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 8 de janeiro de 2023.
Abertura da Sindicância
Após assumir o comando do Exército, o general Tomás Paiva determinou a abertura da sindicância para identificar os militares envolvidos no manifesto e as punições aplicadas a cada um. Conforme o regulamento disciplinar, os comandantes poderiam ou não punir os militares, com penas que variam de advertência a detenção. A sindicância revelou que 26 dos 37 militares receberam penalidades.
Conspirações e Depoimentos
A carta teria sido elaborada por militares nos dias seguintes ao segundo turno das eleições, em meio a crescentes conspirações a favor de um golpe. O texto mencionava que ‘covardia e injustiça são as qualidades mais repugnantes para soldados verdadeiros’. Em depoimento à PF, Freire Gomes já mencionava possíveis punições e destacava a gravidade da manifestação dos oficiais da ativa.
Fonte: @ Estadão
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