Empresário teve celular roubado na região central paulistana. Sofre com as consequências do assalto e faz movimentações financeiras para implantes dentários e cirurgia de marca. Usando óculos indestrutíveis.
O empreendedor André Gayoso, atualmente com 33 anos, é uma das muitas vítimas que anualmente têm seus celulares roubados em São Paulo. Em 2022, ao sair de um restaurante onde havia ido celebrar com os colegas o sucesso de sua startup, ele teve o celular roubado por um criminoso na área da Vila Madalena, na zona oeste paulistana.
Após o incidente, André se viu em uma situação delicada, com seus dados pessoais roubados e a sensação de segurança furada. Mesmo tomando medidas preventivas, como bloquear o aparelho e registrar um boletim de ocorrência, ele percebeu a vulnerabilidade de estar sujeito a ter seus pertences roubados em uma cidade movimentada como São Paulo.
Roubo de celular na região central paulistana deixa empresário ferido
Tentou correr atrás para recuperar o aparelho, tropeçou, e só foi acordar 13 dias depois, na UTI de um hospital. Quase dois anos depois, Gayoso ainda enfrenta consequências daquele roubo. Além de levar o aparelho, o criminoso fez movimentações financeiras nas contas bancárias do empresário, criador de uma marca de ‘óculos indestrutíveis’. Com necessidade de implantes dentários e de uma cirurgia de reparação do queixo, Gayoso também tenta conseguir na Justiça que o plano de saúde pague pelos procedimentos. Mas ele encara isso sem vitimismo. Firme e forte, como os óculos que produz. Confira a seguir o depoimento dado ao Estadão:
Depoimento de Gayoso sobre o roubo do celular e os desdobramentos
‘Não me lembro exatamente como aconteceu. Mas foi o primeiro dia de comemoração do meu projeto: eu estava lançando minha marca de óculos. Fui a vários lugares com amigos, diversos bares. Era por volta de 22h. E aí, saindo… só lembro de olhar para o celular, o carrinho do Uber chegando na tela no mapa, sabe? E acabou: e não me lembro de mais nada. Eu estava com uma turma de amigos. Quando saí, a única coisa que lembro é estar uma muvuca na rua, então pedi o Uber em uma rua de trás. Não tinha ninguém ali, enquanto na outra estava muito cheio, muito carro, trânsito. De acordo com os policiais, passou alguém, pegou o celular da minha mão e saí correndo atrás. Tropecei e caí de cara num guia de portão de loja, um quadrado que entrou na minha cabeça. Hoje tenho essas cicatrizes no olho e na testa. Isso foi em 15 de outubro de 2022, e acordei só no dia 28 daquele mês, por volta de 6h da manhã. Foram quase duas semanas apagado, mas ao todo fiquei cerca de três meses no hospital – entre ficar internado, ir para casa, voltar, ir para a reabilitação. Eu já havia sido roubado; me roubam celular desde a adolescência. Era bem comum. Mas isso era coisa de estar na balada, um pouco bêbado, deixar o celular no sofá ou na mesa, e aí vinha alguém e levava. Foi a primeira vez que alguém arrancou da minha mão. Sempre tive receio desse tipo de coisa, soube que esses roubos podem acontecer. Não havia novidade. Minha mãe havia sido assaltada e levaram o celular dela um mês antes. Sei que até o cara que rouba celular também tem medo de ter o celular roubado. É um item caro e necessário. Todo mundo usa, é um negócio que contribui com a sua produtividade. A gente está falando agora (com a reportagem) por meio do meu celular. Todo mundo acessa os sites a partir do celular, para checar se o trânsito ou o metrô estão funcionando. É um tipo de furto que não escolhe classe social. Você pode ter um celular legal porque ganhou de Natal, usa para trabalhar como entregador, fazer trabalho doméstico. Você está sujeito a ser alvo como o milionário que sai do prédio dele nos Jardins com o mesmo iPhone. Naquela época, eu havia acabado de chegar de cinco anos que morei na China e comprado uma impressora 3D para criar os óculos. Tem alguns lugares em São Paulo que, quando sai de dia, se é um espaço mais aberto e você consegue ver que ninguém virá, é mais tranquilo de caminhar. Só que
Fonte: @ Estadão
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