Marca tem participação da Caixa Econômica Federal, Bradesco e Banco do Brasil na composição acionária, contribuindo para distribuição de dividendos e resultado.
A Elo é uma bandeira de cartões bastante conhecida no Brasil, e a Caixa detém hoje 41,1% de participação nela. A parceria entre Caixa Econômica Federal, Bradesco e Banco do Brasil tem sido fundamental para o crescimento da Elo no mercado nacional.
Recentemente, os três bancos sócios e a bandeira de cartões Elo estão discutindo a desvinculação da participação acionária em relação à contribuição de cada banco para o resultado da companhia. Essa mudança pode impactar significativamente o cenário das operações financeiras no país, trazendo novas perspectivas e desafios para o setor de cartões de crédito e débito no Brasil.
Elo: Distribuição de Dividendos e Composição Acionária
Hoje, a cada quatro anos, as participações acionárias são reavaliadas com base nos volumes de negócio realizados pelos três bancos ao longo do ciclo. A proposta em discussão é que esse critério passe a influenciar apenas a distribuição de dividendos, sem afetar a estrutura acionária. A decisão final ainda não foi tomada, mas fontes próximas às negociações afirmam que o debate está avançado.
A regra atual estabelece que o número de cartões com bandeira Elo emitidos por cada banco e os serviços de consultoria contratados por cada um determinem a divisão do capital da empresa, que não está listada em bolsa. O ano de 2024 marca o término do terceiro ciclo, o que significa que a apuração da próxima base começaria agora.
Após o encerramento do segundo ciclo em 2020, calculado em 2021, a Caixa aumentou sua participação na Elo de 36,9% para 41,1%. Esse crescimento ocorreu durante o período de pagamento do auxílio emergencial, durante a pandemia, realizado pelo banco por meio de contas digitais com cartões virtuais da bandeira Elo.
Composição Acionária
A Caixa compartilha a base acionária com a holding EloPar, que possui 57,07% do capital da Elo. O Bradesco detém 50,01% das ações da EloPar, enquanto o BB possui os outros 49,99%. Além disso, o Bradesco possui mais 1,52% da empresa por meio de uma subsidiária.
Embora seja um processo comum, a avaliação das contribuições de cada banco demanda esforço por parte da Elo, devido aos diversos tipos de negócios mantidos com os três. Embora não sejam os únicos clientes da empresa, Caixa, Bradesco e BB têm grande influência na base acionária.
Outras empresas da EloPar, como Livelo e Alelo, adotam um modelo semelhante ao que a Elo pode implementar. A variabilidade, que converte contribuições para o resultado em participação acionária, era utilizada em estruturas como a da Visanet, atualmente Cielo, quando mais bancos eram sócios da empresa.
Empresa Privada
Assim como em outras parcerias entre bancos públicos e privados, a Elo possui uma estrutura acionária que a mantém como uma empresa privada. Por isso, a Caixa não detém a maior parte das ações, e o BB é acionista por meio da EloPar. O fim da variabilidade pode ser benéfico em caso de uma oferta pública inicial de ações (IPO), tentativa que a Elo fez em 2021, mas não concretizou devido ao cenário de mercado desfavorável.
Embora não descartada, a realização de um IPO não deve ocorrer em breve devido às condições de mercado atuais. Caixa, Bradesco, Banco do Brasil e Elo não se pronunciaram sobre o assunto. Este artigo foi publicado no Broadcast em 21/08/2024, às 15h03.
Fonte: @ Estadão
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