Relatório técnico alerta que desastre ecológico na usina pode causar hipereutrofização, relacionada à mortandade de peixes pela demanda bioquímica de oxigênio.
Em São Paulo, no dia 23, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) revelou um relatório técnico elaborado por pesquisadores do Instituto de Pesca que evidencia o desastre ambiental ocorrido na bacia do Rio Piracicaba. O incidente afetou a comunidade do Tanquã e resultou na morte de peixes, colocando em risco a piracema, fase crucial para a reprodução das espécies.
O impacto do desastre ecológico na região é alarmante, pois além da mortandade de peixes, a contaminação dos recursos hídricos pode gerar consequências devastadoras para a fauna aquática local. A preservação do ecossistema do Rio Piracicaba torna-se ainda mais urgente diante da urgência de medidas para mitigar os danos causados pela tragédia ambiental.
Desastre Ambiental: Impacto de Usina Sucroenergética na Mortandade de Peixes
De acordo com informações da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), divulgadas pela APqC, a liberação de resíduos provenientes de uma usina sucroenergética no córrego Tijuco Preto resultou em um desastre ecológico, causando a morte em massa de peixes na região. O relatório técnico produzido pelo Instituto de Pesca, vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e compartilhado pela APqC, alerta para as consequências de longo prazo desse evento.
A análise aponta que uma significativa parcela da biomassa dos peixes afetados não conseguirá completar seu ciclo reprodutivo, o que pode gerar impactos duradouros no ecossistema aquático. O documento destaca que setores como as usinas de açúcar e álcool, indústria de papel e celulose, e indústria têxtil têm negligenciado o tratamento adequado dos efluentes, resultando em um aumento considerável na demanda bioquímica por oxigênio.
Essa situação tem levado a um processo de eutrofização e hipereutrofização nos corpos d’água, sendo esta última diretamente relacionada à mortandade em massa de peixes. Os pesquisadores enfatizam a necessidade de quantificar e reparar os danos causados aos pescadores locais e às comunidades que dependem dos recursos aquáticos, além de promover a recuperação da biodiversidade na região afetada.
É ressaltada a importância de novos estudos na área do desastre ambiental para orientar a elaboração de políticas públicas eficazes. A presidente da APqC, Helena Dutra Lutgens, destaca a urgência de investimentos em pesquisa pública e o fortalecimento do sistema ambiental paulista para evitar a repetição de eventos semelhantes. Lutgens enfatiza a necessidade de responsabilização dos envolvidos no desastre, tanto do ponto de vista ambiental quanto social, visando a reparação dos danos causados.
O relatório mais recente, finalizado em 2010 e mencionado no documento, identificou 22 famílias afetadas pela tragédia, ressaltando a importância de ações concretas para mitigar os impactos do desastre ambiental. É fundamental que instituições de Estado estejam comprometidas com o bem-estar da sociedade e atuem de forma eficaz na identificação e punição dos responsáveis por eventos danosos como esse. Acompanhe mais informações sobre o caso nas reportagens do Agro Estadão.
Fonte: @ Estadão
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