Pequenos aeroportos no interior frequentemente carecem de estrutura para abastecimento de aeronaves, exigindo medidas exclusivas de incentivo à reforma tributária.
A empresa aérea regional baiana Abaeté Linhas Aéreas destaca-se no cenário da aviação regional no Brasil, juntamente com a Voepass e a Azul Conecta, subsidiária da Azul. A aviação regional é fundamental para conectar cidades menores e regiões afastadas, promovendo o desenvolvimento econômico e social.
O setor de aviação regional enfrenta desafios únicos, mas as empresas aéreas regionais continuam a desempenhar um papel crucial na conectividade do país. A Abaeté Linhas Aéreas, assim como outras companhias do segmento, busca superar as adversidades e manter a qualidade dos serviços prestados, contribuindo para o crescimento da aviação regional no Brasil.
Desafios da Aviação Regional
O CEO da empresa, Héctor Hamada, ressalta a importância da aviação regional, destacando que em localidades no interior do País, o custo para abastecer um avião é significativamente mais alto do que nos grandes centros. Essa disparidade de preços torna a operação aérea mais onerosa para as empresas aéreas regionais, impactando diretamente o setor de aviação regional.
A falta de estrutura de abastecimento em aeródromos do interior é outro obstáculo enfrentado pelas companhias aéreas regionais. Em muitos casos, os aviões são obrigados a decolar com o tanque cheio, o que reduz a capacidade de passageiros devido ao peso adicional. Para contornar essa questão, a Abaeté tem optado por operar em aeródromos privados, onde pode estabelecer contratos de exclusividade, garantindo um abastecimento adequado para suas aeronaves.
Hamada destaca que a aviação regional carece de uma regulação própria e de medidas exclusivas de incentivo ao setor. Embora haja um início de discussão sobre o tema, as propostas atuais ainda apresentam um impacto limitado, pontua o executivo. Ele ressalta que as iniciativas, incluindo os benefícios previstos na reforma tributária, precisam ser mais direcionadas para estimular a criação de companhias aéreas menores fora do Sudeste.
Para impulsionar o desenvolvimento da aviação regional, Hamada sugere a implementação de incentivos para fontes de financiamento, aquisição de equipamentos e redução tributária sobre o combustível. Além disso, ele alerta para a prática de ‘dumping’ no setor, onde empresas maiores oferecem tarifas mais baixas em rotas operadas pelas regionais, prejudicando a concorrência.
Diante desses desafios, a Abaeté busca parcerias estratégicas, como a colaboração com a Gol em acordos de passagens, visando expandir suas operações. Atualmente, a empresa opera voos com aeronaves Cessna Caravan, conectando Salvador a municípios baianos como Morro de São Paulo, Península de Maraú e Boipeba. Embora o foco esteja nessas rotas, Hamada não descarta a possibilidade de explorar novos destinos no futuro. A aviação regional demanda medidas concretas e apoio governamental para prosperar e atender às necessidades das comunidades locais.
Fonte: @ Estadão
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