Escreveu Laços de Sangue: A História Secreta do PCC e Por Dentro do Crime: Corrupção, Tráfico, PCC, jogando pôquer, com lavagem de dinheiro no crime organizado, em várias frentes.
Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, figura proeminente dentro do Primeiro Comando da Capital (PCC), morreu em uma dinâmica armada no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia 06 de março de 2023. Com uma longa lista de crimes, Vinicius se tornou uma peça-chave para as investigações policiais, trazendo à tona o seu histórico criminoso.
Esse crime ocasionou a busca por informações detalhadas a respeito do seu envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma organização criminal que se apresenta como agente de justiça social, mas na verdade atua com base em uma estrutura de poder bem definida, com hierarquias claras e uma rotina criminosa detalhada. A investigação foi intensificada após a execução, demonstrando a extensão do seu envolvimento e dos crimes que ele cometeu.
Crime organizado no Brasil: O jogo de jogada de Vinícius Gritzbach
Um mosaico de jogadas envolveu Vinícius Gritzbach, empresário preso por suspeita de lavagem de dinheiro e mandato de morte de Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta. Para o procurador de Justiça Marcio Sergio Christino, autor de livros sobre o crime organizado, o maior erro de Gritzbach foi acreditar em uma estratégia de engano que não funcionou. ‘Vinícius não supôs que pudessem chegar até ele. E efetivamente foi o que aconteceu’, ressalta em entrevista.
Crime e organização criminosa: A estratégia de Gritzbach
De acordo com Marcio Christino, Gritzbach usou várias jogadas ao atuar na lavagem de dinheiro do PCC, desviando parte dos montantes para si mesmo. Teria sumido com R$100 milhões, segundo a polícia. Além disso, ele se envolveu com a polícia, acusando justamente os policiais que o identificaram como mandante do homicídio de Anselmo Becheli Santa Fausta. ‘Ou seja, ele vai manipulando e atuando em várias frentes. Por isso é um jogo, ele vai querendo ganhos em cada ação’, conclui Christino.
Lavagem de dinheiro e jogo de frentes
O procedimento de Gritzbach para lavagem de dinheiro envolveu a criação de uma rede de empresas falsas para ocultar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A polícia suspeita que ele teria desviado R$100 milhões do dinheiro para si mesmo. Além disso, ele se envolveu com a polícia, acusando os policiais que o identificaram como mandante do homicídio. ‘Ele jogou em várias frentes, tentando manipular a situação’, afirma Christino.
Crime organizado no Brasil: O papel da polícia
O procurador de Justiça Marcio Sergio Christino considera que a força-tarefa criada pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, para investigar o assassinato de Vinícius Gritzbach tem uma boa chance de sucesso. Ele ressalta que os esforços para desvendar o crime estão apenas no início. Além disso, Christino considera que o Brasil tem um tratamento esquizofrênico em relação ao tráfico de drogas e defende a necessidade de reordenar a legislação.
Crime organizado e poder público: Uma comparação com a Itália
Marcio Christino afirma que a expansão do crime organizado no Brasil não representa um risco de o PCC assumir o lugar do poder público. Ele compara a situação com a Itália, onde a Cosa Nostra surgiu junto com o Estado italiano. ‘Há uma diferença muito grande com a Itália, por exemplo, porque a Cosa Nostra surgiu junto com o Estado italiano. A máfia italiana já existia quando Deodoro da Fonseca estava proclamando a República’, avalia Christino.
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo