Gritzbach menciona policial civil dono de empresa com R$ 30 bilhões em transferências financeiras e contrato com torcida organizada, sem sucesso na localização dos acusados em Operação contra serviços financeiros, fintechs e Banco Central.
As figuras do tráfico e da lavagem de dinheiro estão cada vez mais presentes na roda da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que se apresenta como uma das maiores ameaças para a segurança pública no Brasil, segundo o ministro da Justiça, Sergio Moro.
Para combater a lavagem de dinheiro do tráfico, o ministro Sergio Moro já havia anunciado, em 2019, o investimento de R$ 100 milhões em tecnologia para combater a lavração de dinheiro. O investimento visa inibir a lavagem de dinheiro e transações ilícitas, além de integrar o sistema de lavagem de dados com outros sistemas do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Central ao Fim do Mundo
A expansão do universo do tráfico e da lavagem de dinheiro do PCC tem se tornado cada vez mais intrincada, envolvendo até mesmo organizações financeiras que prometem serviços de blindagem patrimonial. O caso da Operação Concierge, deflagrada recentemente, revela tais práticas. A fintech T10 Bank, por exemplo, oferecia blindagem contra bloqueios judiciais em casos de recuperação judicial, falência ou dívidas trabalhistas, além de movimentações milionárias para proteger empresas do PCC, como a UPBUs, de dívidas tributárias.
Transações Ilícitas em Fintechs
Outra fintech, a 4TBank, teria movimentado R$ 8,1 bilhões em operações suspeitas, tendo sido investigada na Operação Decurio em agosto. Agora, surgem novas fintechs envolvidas, como a 2 Go Bank, que abriram a ‘Banco do Torcedor’, oferecendo serviços financeiros como conta corrente, pix, cartão e seguro, além de integrar serviços de compra de ingresso, e-commerce de artigos esportivos, apostas e programas de benefícios para torcedores.
Ligações com o PCC e Facção
O presidente da 2 Go Bank e sócio é um investigador de polícia do Deic, citado por Gritzbach em seu depoimento à Corregedoria. A coluna tentou entrar em contato com o policial, mas ele não respondeu. A 2 Go Bank processaria cerca de R$ 30 bilhões por ano em transferências entre grandes empresas e bancos, sendo uma das fintechs mais movimentadas. Foi a primeira vez que o nome do policial apareceu na investigação, e Gritzbach havia mencionado apenas um ‘policial civil’ sem nomear.
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo