Dois californianos reabrem processo contra grife, acusando-a de anticompetitividade por seleção de compradores, envolvendo um delator do PCC em um esquema criminoso com delação premiada em instâncias de poder, no aeroporto internacional.
Não é um segredo para ninguém mais que as organizações criminosas estão cada vez mais fortes no Brasil, alcançando status de grupos de poder que impõem suas regras. Esse é o caso do infeliz delator do PCC, assassinado no aeroporto do estado mais populoso do país, que revela a extensão do crime organizado nas instâncias de poder e nas polícias.
Parte desse problema inclui a existência de grupos que perpetuam o crime e que, em muitos casos, são apoiados por criminosos de alto escalão. Esse é o cenário apontado por especialistas que, ao observarem o crescimento da influência dessas organizações, assinalam a necessidade de uma resposta mais forte do Estado para conter a expansão do crime organizado.
Crime e Corrupção: O Papel da Polícia Federal na Luta Contra o Crime Organizado
A necessidade de combater o crime organizado no Brasil é cada vez mais urgente, e para isso, é fundamental que o Ministério da Justiça e Segurança Pública acelere o pacote antiviolência. Além disso, a Polícia Federal (PF) deve ser dotada de mais recursos financeiros e humanos para que possa enfrentar com eficiência o crime organizado no país. Os criminosos, muitas vezes, são protegidos por organizações criminosas que têm força suficiente para intimidar as instâncias de poder.
Um exemplo emblemático disso é o caso do delator, Antônio Vinícius Gritzbach, que foi morto no Aeroporto Internacional de São Paulo. Ele era uma testemunha-chave na investigação e havia feito uma delação premiada para reduzir sua pena. No entanto, sua segurança foi comprometida por policiais paulistas, que foram nomeados para protegê-lo, mas estavam mais interessados em se beneficiar do esquema criminoso. Essa é uma clara demonstração do crime organizado que permeia o Brasil.
O crime organizado não está limitado a um único local ou grupo, e sua influência é sentida em todos os níveis da sociedade. É por isso que a PF é fundamental para enfrentar o crime organizado, tráfico de drogas, milícias e corrupção nas polícias estaduais. No caso do delator do PCC em São Paulo, a intervenção da PF foi crucial para que os mandantes do assassinato de Marielle Franco no Rio de Janeiro fossem presos. A então Procuradora-Geral da República, Rachel Dodge, havia insistido na federalização da investigação, mas as autoridades do Rio resistiram. A intervenção da PF foi necessária para solucionar o caso e prender os mandantes, que incluíam um delegado da Polícia Civil, um conselheiro do TCE-RJ e um deputado federal.
O pacote antiviolência do ministro Ricardo Lewandowski é um passo importante para combater o crime organizado no Brasil, mas é fundamental que seja aperfeiçoado por governadores e especialistas. O que não pode é ficar preso na Casa Civil, empoeirando por falta de consenso e por conveniência política. O Brasil todo sabe do grau de contaminação do crime nos Estados e que governadores correm para a Brasília quando a coisa aperta. Como rejeitar atualização das leis para nacionalizar e ampliar a ação da PF e da PRF no enfrentamento dessa crise, hoje federal, até transnacional? Não se trata de ‘interferência federal’, nem ‘quebra da autonomia dos Estados’, como gritam certos governadores mais preocupados com ideologia e política do que com a segurança. Se estivessem vencendo a guerra, vá lá. Mas, definitivamente, não é o que acontece.
Fonte: @ Estadão
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