Espinhos se formaram convergentemente em grupos de plantas ao longo da evolução, envolvendo genes e reações químicas das estruturas.
Quando um boi decide saborear uma folha, ele não consegue escapar. Fica retido no chão pela raiz e precisa se proteger ali mesmo. Os espinhos fazem parte desse mecanismo de defesa. Quem já tocou em um cacto entende a situação.
Os espinhos são como pequenas agulhas que alertam qualquer intruso. É preciso ter cuidado ao lidar com plantas cheias de pontas. A natureza é sábia em sua proteção.
Espinheiros: uma evolução convergente das plantas
Os espinhos, derivados da epiderme das plantas, são estruturas intrigantes que surgiram de forma independente em diversos grupos de plantas ao longo dos últimos 400 milhões de anos. Estudos indicam que esse fenômeno ocorreu pelo menos 28 vezes, revelando um padrão fascinante de evolução convergente.
A diversidade dos espinhos nas plantas
Os espinhos podem ser encontrados em uma variedade de plantas, desde as araucárias até as rosas, cada uma apresentando diferentes tipos de espinhos derivados de diversos tecidos, como os presentes na laranja e no limão. Em certos grupos de plantas, como a família do tomate, os espinhos estão presentes em algumas espécies e ausentes em outras, evidenciando a complexidade da evolução dessas estruturas.
A busca por variedades sem espinhos
Muitas espécies domesticadas perderam os espinhos ao longo do tempo, levando os cientistas a investigar a inativação de genes específicos para criar variedades sem espinhos. A possibilidade de desenvolver uma rosa sem espinhos, por exemplo, desperta grande interesse entre os pesquisadores e agricultores.
O papel dos genes na formação dos espinhos
Estudos recentes revelaram que a presença ou ausência de espinhos em plantas está diretamente relacionada à ativação de um único gene. Esses espinhos representam um exemplo notável de evolução convergente, mostrando como estruturas com funções semelhantes podem surgir de forma independente em diferentes grupos de seres vivos.
A descoberta do gene dos espinhos
A investigação começou com o gênero de plantas Solanum, que inclui tomates, berinjelas e batatas, entre outras espécies. Os cientistas identificaram um gene no cromossomo 6 que controla a formação de espinhos, sendo responsável por regular as reações químicas que produzem um hormônio essencial para o desenvolvimento dessas estruturas.
Edição genômica e a ausência de espinhos
Por meio de técnicas avançadas de edição genômica, os cientistas conseguiram identificar mutações nesse gene em diversas espécies de plantas que não possuem espinhos, como arroz, cevada e várias flores relacionadas às rosas. Essas descobertas abrem novas perspectivas para a compreensão da evolução das plantas e o papel dos genes na formação de estruturas complexas como os espinhos.
Fonte: @ Estadão
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