Cecafé afirma que há grande volume de café parado nos portos, com 2,1 milhões de sacas em setembro, número que compromete exportações e receita cambial. O preço médio da saca é afetado e o volume histórico de exportações é reduzido.
Os números são resultado do esforço conjunto entre produtores, cooperativas e exportadores, que, apesar das desafios, continuam a mostrar otimismo e visão de futuro para o setor. O Brasil é o maior produtor mundial de café e oferece uma variedade de grãos de alta qualidade, tornando-se uma opção estratégica para os países que buscam diversificar suas fontes de suprimento de café.
Com o crescimento da demanda por bebida especializada, o café se tornou um dos principais produtos exportados pelo Brasil, e o volume de exportação em outubro de 2022 superou o recorde histórico de 2020. Os investimentos em tecnologia e inovação também contribuíram para o aumento da produtividade e eficiência nos processos de colheita e beneficiamento do grão, permitindo que os produtores atendam às necessidades crescentes do mercado global.
Desempenho Exportador do Café no Brasil
O histórico das exportações de café no Brasil tem sido marcado por uma constante evolução, refletindo as mudanças no mercado e nas condições econômicas. Recentemente, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgou seus números mensais, revelando um desempenho impressionante em setembro. O país logrou exportar quase 4,5 milhões de sacas de café, uma proeza que merece ser destacada. Este resultado, em conjunto com o contexto de atrasos e remarcações nos navios, traz à tona a importância das exportações de café para a economia nacional. O preço médio da saca foi de US$ 282,80, soma de US$ 1,393 bilhão, ressaltando o valor agregado à receita cambial. Este ganho foi de 62,6% maior do que em outubro de 2023, demonstrando a força do setor. Além disso, o volume de café parado nos portos dos está sendo um grande desafio para os exportadores, pois enfrentam dificuldades logísticas devido aos altos índices de atrasos e remarcações dos navios. Para superar esses obstáculos, os exportadores estão buscando alternativas, incluindo as exportações de cinco navios de break bulk, para manterem seus compromissos com os clientes internacionais.
Desafios Logísticos e Infraestrutura Portuária
O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, destaca que o aumento na demanda por contêineres para a exportação de café, açúcar e algodão, somado à falta de infraestrutura portuária adequada para atender produtos conteinerizados, contribuiu para os elevados índices de atrasos dos navios e rolagens de cargas. Para lidar com esses desafios, o Cecafé manteve diálogo com os terminais portuários e demais entes do comércio exterior para buscar apoio e esforços para atender às cargas de café. Além disso, o Cecafé mantém conversas com os demais segmentos do agronegócio brasileiro para reivindicar a ampliação dos investimentos em infraestrutura e ter maior celeridade nos processos junto às autoridades públicas. Caso contrário, os exportadores seguirão bancando o recorde exportado, enfatizando a necessidade de ação imediata.
Exportações Históricas
Com o desempenho de outubro, o Brasil elevou para 17,075 milhões de sacas o montante de café exportado no acumulado dos quatro primeiros meses do ano safra 2024/25, o que rendeu US$ 4,529 bilhões ao país. Comparado com os desempenhos entre julho e outubro de 2023, há crescimentos de 17,9% em volume e de 58,1% em receita cambial. Já considerando o ano civil, as exportações de café somam 41,456 milhões de sacas de janeiro a outubro, um volume histórico para o período, com um incremento de 35,1%, assim como a receita, que cresceu 53,8% e alcançou US$ 9,875 bilhões. Entre os portos, o de Santos foi o principal exportador dos cafés entre janeiro e outubro, com 27,940 milhões de sacas, ou 67,4% do total. Na sequência, aparecem o complexo portuário do Rio de Janeiro, que responde por 28,1% dos embarques ao remeter 11,664 milhões de sacas ao exterior, e o Porto de Vitória (ES), que registrou o embarque de 465.311 sacas e teve representatividade de 1,1% dos embarques.
Fonte: @ Estadão
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