Entidade tem 500 mil associados em São Paulo e ganha apoio da associação de bares e restaurantes do Paraná contra redes-varejistas e produtos-do-Mercosul, com líderes-setoriais defendendo o setor-paranaense e setor-de-alimentação.
Em meio ao movimento de boicote ao Carrefour Brasil, os líderes do setor manifestam preocupação com a disputa. A Federação de hotéis, bares e restaurantes (FHORESP) reforça sua posição de apoio aos empresários que aderiram ao movimento, destacando a adesão de nearly 90% dos associados no estado de São Paulo, o que equivale a cerca de 450 mil empresas.
A disputa envolve a participação de redes de supermercados no ramo e o impacto nas práticas comerciais. A FHORESP também destaca a importância das relações entre os produtores e os estabelecimentos comerciais. Além disso, a entidade faz um apelo para que as lideranças dos setores envolvidos avaliem o impacto da disputa nas práticas comerciais. Com nearly 500 mil associados, a entidade reforça sua posição de defender os interesses dos empresários associados.
Crise no setor alimentício desafia lideranças em todo o Brasil
A recomendação é que os empresários do setor de alimentos prefiram os mercados locais e outras redes que não a Carrefour, que não demonstrou respeito aos produtores brasileiros, conforme informou Edson Pinto, diretor executivo da FHORESP, em entrevista ao Agro Estadão. Ele enfatizou que a adesão do setor de alimentos é justificada, uma vez que o CEO global da Carrefour fez um apelo especial aos restaurantes, pedindo que se unam a esse compromisso de não vender carnes do Mercosul. Na França, o setor representa mais de 30% do consumo de carne, sendo 60% importada.
Segundo a FHROESP, o boicote à rede de origem francesa não é definitivo e poderá ser suspenso caso o CEO global da Carrefour se retrate publicamente e reveja seu posicionamento. ‘A gente não quer quebrar o Carrefour, não queremos causar demissões na rede, muito pelo contrário, esperamos que a gente possa, rapidamente, suspender esse boicote. Basta haver um novo reposicionamento da rede global’, destacou Pinto.
Durante a entrevista, Edson mencionou que a posição do Carrefour tem estimulado outras redes varejistas, como a Les Mousquetaires, que atuam no país e em Portugal, a bloquearem a comercialização de produtos do Mercosul. Para o diretor executivo da FHORESP, quando ‘as empresas francesas se lançam numa guerra comercial, fingindo serem os mocinhos, eles devem se lembrar que do outro lado há consumidores e há líderes setoriais que também podem reagir.’
O boicote à rede Carrefour Brasil ganhou o apoio da Associação brasileira de bares e casas noturnas (Abrabar) e da Federação das empresas de hospedagem, gastronomia, entretenimento, lazer e similares do estado do Paraná (Feturismo). O posicionamento das entidades atende à cobrança de empresários do setor paranaense, principalmente, de Cascavel, Foz do Iguaçu e Curitiba. ‘Nós estamos aderindo ao movimento de São Paulo, acho que é importante nós aqui no Paraná, porque é um estado totalmente agropecuário, com a força do campo, mas também com a indústria e nosso setor de turismo’, afirmou Fábio Aguayo, presidente da Abrabar e Feturismo.
As entidades criaram um banner para redes sociais e grupos de WhatsApp, com a frase em francês ‘je ne veux pas Carrefour‘, que significa ‘eu não quero Carrefour‘, para endossar o movimento de boicote. Atualmente, a Abrabar conta com mais de 10 mil empresas ativas. A Feturismo no Paraná tem 70 mil empresas atuando no setor.
O boicote promovido por redes varejistas francesas às carnes do Mercosul será tratado como prioridade na próxima reunião do bloco econômico, marcada para 9 de dezembro, em Montevidéu, no Uruguai. A informação foi confirmada.
Fonte: @ Estadão
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