Advogada Mirian Ribeiro representou juízes e desembargadores suspeitos de desvendar recursos do Tribunal de Mato Grosso para loja maçônica na Justiça Federal de Mato Grosso.
A corrupção é um problema recorrente no Brasil, com casos que vão desde a lavagem de dinheiro até a evasão fiscal. Em um dos escândalos mais graves, o Escândalo da Maçonaria, no Tribunal de Mato Grosso, investigadores descobriram que um lobista, conhecido como “lobista dos tribunais”, estava envolvido em uma trama de corrupção que envolvia magistrados.
Entre os magistrados acusados estavam dez juízes e desembargadores que foram aposentados compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após a descoberta de que desviaram R$ 1,4 milhão dos cofres da Justiça de Mato Grosso para uma loja maçônica, entre 2003 e 2005. O caso gerou um grande escândalo e levou a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que reverteram a penalidade e abriram caminho para o retorno dos magistrados a seus cargos. A corrupção no Poder Judiciário é um tema delicado e a investigação de casos como esse é crucial para a manutenção da justiça e da transparência no país.
Corrupção: redes de poder e interesses em Mato Grosso
A investigação em curso no Tribunal de Mato Grosso (TJ-MT) revela um amplo esquema de corrupção que envolve magistrados, advogados e lobistas, com a advogada Miriam no centro da polêmica. Dezesseis anos após a defesa de um caso de corrupção no CNJ e no Supremo, Miriam agora é citada como sendo envolvida num suposto esquema de venda de decisões judiciais, onde lobistas poderiam ‘vender’ acesso a gabinetes de magistrados no TJ-MT, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e até mesmo no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Escândalo envolvendo Mato Grosso e magistrados
A Polícia Federal (PF) acredita que o marido da advogada, Andreson, faz parte de uma rede de lobistas que oferecia acesso a magistrados de várias cortes, incluindo o STJ, para advogados e clientes dispostos a pagar por decisões favoráveis. Os documentos da PF mostram que outro lobista, o advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em dezembro de 2023, solicitou a Miriam que preparasse uma minuta de decisão para ser usada por um desembargador, com o objetivo de garantir que o julgamento saísse ‘como o cara (cliente) precisa’. O advogado também se referia a um pagamento de R$ 400 mil, dizendo que precisava fazer os pagamentos, incluindo para o cliente.
Corrupção e impunidade no Mato Grosso
O áudio de conversa e outros diálogos tiveram um peso decisivo na decisão do ministro Luís Felipe Salomão, vice-presidente do STJ e ex-corregedor nacional de Justiça, de afastar três magistrados do TJ-MT – os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho e o juiz Ivan Lúcio Amarante, de primeiro grau – após suspeitas de corrupção. A investigação em curso no Tribunal de Mato Grosso revela um amplo esquema de corrupção envolvendo magistrados, advogados e lobistas, com a advogada Miriam no centro da polêmica.
Fonte: @ Estadão
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