Interesse crescente reflete ajuste difícil para trabalhadores ao retornar ao escritório, desde vestir apropriadamente até se conectar, com desafios sociais, educação de qualidade, desenvolvimento urbano e práticas antiéticas.
Segundo o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, a corrupção envenena as instituições e com isso compromete a credibilidade das entidades que a pratica. A corrupção, portanto, é um problema que enseja desinteresse nas instituições e nas práticas legais, gerando desacato à lei e abstenção de cidadãos com relação à participação política e cidadã.
Seja por meio de práticas desviadas ou por meio de práticas ilícitas, a corrupção pode-se manifestar de diversas formas, seja em um governo, seja em uma empresa ou qualquer outra entidade. Isso só pode ser combatido por meio de ações concretas, com a aplicação de penas devidas às práticas de corrupção, seja na esfera criminal, seja na esfera administrativa, garantindo a aplicação da lei sem favorecimentos.
Investindo em Educação, Combater Corrupção é Mito
Durante o 9º Seminário Caminhos Contra a Corrupção, promovido pelo Estadão e pelo Instituto Não Aceito Corrupção, José Renato Nalini, secretário municipal de Mudanças Climáticas de São Paulo, ex-presidente do TJSP e conselheiro do Instituto Não Aceito Corrupção, trouxe à tona que a educação e a incorporação de valores éticos desde a infância são fundamentais para combater a corrupção, que é considerada o principal problema do país.
Nesse sentido, Nalini enfatiza que a corrupção é um problema causado por desviadas práticas ilícitas no sistema público, que levam ao desinteresse pela política por parte da população. Com a abstenção maior do que a pandemia, ele associou o fato à corrupção no poder público. ‘É injustificável que a pessoa não queira saber qual será o destino da sua cidade!’, diz Nalini ao associar o fato à corrupção no poder público. ‘Ela tem obrigação de participar da vida urbana. Falta essa virtude do devotamento à causa pública’, declara. O sócio-fundador da Menestys Investimentos, Lucas Bartman, também evita relacionar a corrupção como algo exclusivo de políticos. ‘A sociedade culpa muito a classe política, mas é uma responsabilidade geral’, declara o empresário.
Nalini reforça a importância de discutir desde a infância a necessidade de não transigir com a verdade, de não pactuar com a mentira, mencionando que a corrupção pode nascer de pequenos atos, e o aprendizado ético precisa ser contínuo e praticado nas escolas e nas famílias. ‘Existe uma virtude cujo objeto é evitar o engano: a veracidade.Ela consiste no hábito da adequação entre o que se pensa e o que se diz ou faz’, reforçou.
O secretário também destaca que a corrupção, quando ‘rouba’ dos mais pobres e das comunidades mais necessitadas, compromete recursos essenciais destinados a políticas públicas e à melhoria da qualidade de vida da população. Além disso, a educação é a base para qualquer tentativa de se criar um País menos corrupto e mais justo, defende Nalini. ‘Educação formal de qualidade pode ser projeto para barrar a corrupção. Educação que se espalhasse por um processo contínuo de aprendizado. Um dia que você nada aprende, é um dia perdido’, enfatizou. Nalini alerta que a falta de uma educação de qualidade cria um ambiente propício para o desenvolvimento de práticas antiéticas e que a virtude é hábito, é costume. Não é dom. Basta você praticar um ato bom, um ato virtuoso por dia, e, com o passar do tempo, você queira ou não, vai se tornar uma pessoa virtuosa.
Fonte: @ Estadão
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